A importância da contação de histórias.

Partindo da afirmação de que utilizamos a contação de história para promover incentivoa a leitura, podemos então dizer que sonhar, imaginar, sentir são elementos essenciais nesse processo.

Fátima Café

Contação de história

 A contação de histórias é um grande instrumento para despertar o senso critico e reflexivo nas crianças, afinal, um mmesmo texto pode ser interpretado de diferentes formas. Essa mediação de leitura torna-se ainda mais envolvente quando a criança (ou mesmo o adulto – a contação de história, não é necessáriamente desenvolvida apenas para crianças) se identifica com a história pelas suas “experiências” de vida.

A contação de história transporta a criança para outros mundos e dá vida aos seus sonhos através da leitura, além de contribuir pra o desenvolvimento infantil por despertar emoções e valorizar sentimentos através da magia e da atração das histórias.

Contar histórias contribui para a formação do “hábito” de ler. Sandroni e Machado, em se livro A criança e o livro: guia prático de estímulo a leitura, afirmam que: ” o amor pelos livros não é coisa que apareça de repente, é preciso ajudar a criança a descobrir o que eles lhe podem oferecer.”

 

Published in: on junho 9, 2008 at 12:16 pm  Comments (1)  

A menina das borboletas…

Vou lhe contar uma história sobre uma garotinha chamada Margarida, a menina das borboletas, que tinha um sono de colorir o mundo.

Um belo dia Margarida ganhou uma linda florzinha e resolveu plantá-la em um terreno próximo a sua casa para encantar todos aqueles que ali passavam.

Margarida preparou a terra com todo carinho e ali colocou sua bela florzinha. Saiu contente da vida.

Margarida plantou, Margarida regou. A senhora passou, não se importou e na florzinha pisou.

No outro dia Margarida voltou e triste ficou, pois sua florzinha esmagada encontrou, mas não desanimou e sua florzinha novamente plantou. E de volta pra casa, cercada de borboletas, satisfeita ficou.

Alegria, que nada! Enquanto pra casa Margarida voltava, um homem de calças, cabeça avoada, na florzinha pisava.

E Margarida, coitada, mais triste ficou.

Margarida plantou, Margarida regou e o travesso garoto, meio desligado a florzinha esmagou.

Margarida chorou.

Dessa vez, Margarida pensou, e em sua florzinha uma cerca colocou.

Margarida plantou, Margarida regou e o danado do cachorro na florzinha mijou.

Margarida esbravejou.

Margarida se ligou, e com a mala na mão para perto da flor se mudou. Outra florzinha consigo levou. E mais uma borboleta lhe acompanhou.

Com tanto trabalho Margarida cansou, e um longo cochilo ela tirou.

No outro dia cedo trovejou e um guarda-chuva da mala Margarida tirou.

Quando a chuva passou, Margarida alegre ficou e com suas borboletas ela brincou.

Quando tudo acabou, Margarida enfim entendeu que para cada flor morta, uma linda borboleta nasceu.

Equipe: Isabela, Josiele, Viviane, Claudiana, Renata, Aurilene e Wiliane

Published in: on junho 4, 2008 at 12:38 pm  Comments (1)  

CURIOSIDADE…

Participamos no dia 12 de março deste ano de uma solenidade, realizada na Biblioteca Pública Estadual Governador Menezes Pimentel, em homenagem ao profissional bibliotecário, mas você sabe o porquê dessa data?

A data 12 de março foi escolhida para comemorar o Dia do Bibliotecário em homenagem ao escritor Manuel Bastos Tigre, que nasceu neste dia. Tigre (1882-1982), foi o primeiro bibliotecário selecionado por concurso para o Museu Nacional, com tese sobre a Classificação Decimal (chegou a conhecer Dewey pessoalmente), em 1915.

Published in: on junho 3, 2008 at 7:03 pm  Deixe um comentário  

Como está sendo trabalhada a questão da leitura?

 

No dia 19 de maio de 2008, fomos visitar a Escola de Ensino Fundamental Centro dos Retalhistas, situada na Av. da Universidade, 3304, no Benfica, para saber como a questão da leitura está sendo abordada, se há atividades de incentivo a leitura, como funciona a biblioteca, doravante denominada sala de multimeios, daquela unidade escolar. O ensino na escola vai do 2º ao 9º ano, manhã e tarde, e a noite conta com turmas do EJA.

 

 

A regente da sala de multimeios chama-se Cleonice, é formada em pedagogia pela UFC e é responsável pelas atividades desenvolvidas naquele pequeno espaço, além de dependendo das necessidades da escola fazer um pouco de tudo. “Hoje mesmo tinha pouca gente na cantina e eu tive que ir ajudar a preparar a merenda das crianças”, disse Cleonice. Para se “capacitar” como regente da sala de multimeios fez um treinamento, de dois dias, para professores, ofertado pela SEDUC, para ter uma noção de como gerenciar uma “biblioteca” e fazer tombamento de livros.

A pedagoga nos relatou que a maior parte dos livros de literatura infanto-juvenil, romances, livros de poesia… da escola é proveniente de doações de pais de alunos, de antigos alunos e que o MEC manda pra escola, geralmente, apenas os livros didáticos.. Além de livros, a sala de multimeios possui também jogos, periódicos, fitas VHS, sendo que de acordo com a regente da sala de multimeios os professores pouco utilizam os recursos que poderiam servir como referência e suporte para suas aulas.

Todas as turmas do ensino fundamental têm dia e hora determinados para irem à “biblioteca”. Cleonice separa, de acordo com a turma, o material que ela considera de interesse dos alunos e deixa a disposição deles, a partir daí ela desenvolve algumas atividades como: pedir que cada aluno procure em revistas algumas curiosidades e comente para turma, que quem leu um livro e gostou faça uma espécie de propaganda do mesmo, para com isso incentivar os colegas a lêem.

Em tais visitas a sala de multimeios, Cleonice também dá aula, aula essa que faz parte do Projeto Amor a Vida, onde os mais variados temas, como sexualidade e drogas, são abordados. A responsável pelo espaço afirmou que não desenvolve mais atividades por causa do tempo e que ela sozinha não consegue dar conta de tanta coisa, comentou ainda a importância, a necessidade de um estagiário (do nosso curso) ou de alguém para ajudá-la. Disse ainda que de semestralmente procura desenvolver alguma atividade para homenagear aqueles que mais leram, participaram das atividades, procurando assim incentiva-los.

Além desse momento reservado para cada turma na “biblioteca”, as crianças vão a “biblioteca” apenas para fazer pesquisa, aliás, cópia. Cleonice disse que as crianças não têm senso crítico para ler e realizar uma pesquisa como realmente deve ser feita. Ela relatou ainda a dificuldade que tem com os alunos da noite, do EJA, que por serem adultos, que trabalham e tem pouco tempo, não se interessam pela leitura e pouco vão a sala de multimeios, e que geralmente só depois de muita insistência levam algum livro para ler em casa.

A visita foi produtiva no sentido em que pudemos conhecer um pouco mais a realidade das salas de multimeios das escolas públicas, de como é tratada a questão da leitura e de como são deficientes. Mas ela será mais produtiva ainda se a partir dessas atividades de pesquisa, dessas novas experiências, mesmo em meio a tantas dificuldades – com certeza é difícil para nós, futuros bibliotecários, irmos a uma escola estadual e constatar que o que deveria ser BIBLIOTECA é tratada como sala de multimeios; mais ainda, não haver bibliotecário trabalhando, outra pessoa cumprindo essa função; observar que a questão da leitura, de uma visão crítica de mundo não é nem de perto prioritária e nós sabemos que a leitura, leitura não só de texto mas também de mundo é muito importante para nossa profissão, que a biblioteca, nosso principal, não único, ambiente de trabalho necessita de leitores, de seres críticos, capazes de repudiar esse país tão falho, de políticos que não se preocupam com a educação, que não se preocupam em formar cidadãos conscientes; é difícil ir a uma escola e ouvir a regente da sala de multimeios dizer que fez um curso de DOIS dias para trabalhar lá, e nós que passamos quatro ou mais anos estudando?… – tivermos força de vontade, consciência de que nós somos a mudança, que nós somos capazes de mudar essa realidade e que o nosso papel além de indexar, catalogar… é também um papel social e que se aqueles que dizem ser os “formadores de leitores” não estão cumprindo seu papel cabe a nós incentivar, promover a leitura, de forma que isso venha a repercurtir na vida daqueles que passarem em nosso caminho, que eles obtenham para si não apenas o sentido da leitura, mas também uma significação.

Published in: on junho 2, 2008 at 2:01 pm  Deixe um comentário  

BRASILEIRO LÊ, SIM SENHOR!

A mais recente pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, do Instituto Pró-livro, aponta que a média nacional já é de 4,7 livros ano/habitante apesar dos parcos esforços governamentais. Importante se destacar na pesquisa que o índice aumenta para 6,9 livros/ano entre a população de cinco a dez anos.O levantamento mostra uma melhora no quadro do analfabetismo senão louvável, um pouco menos constrangedora para um país que em 1920 tinha uma taxa de 65% de analfabetos contra 13%, em 2000, e um analfabetismo funcional em torno de 27% no mesmo censo.

Com os novos dados, a hipocrisia nacional não mais poderá apontar criminosamente, em particular contra o pobre e o analfabeto, com a afirmativa de que o povo não lê. Quem convive com o mundo dos livros, o mercado e conhece bem os projetos de incentivo à leitura verdadeiramente produtivos sabe que o brasileiro deveria dirigir o dedo em riste contra os governantes e políticos, verdadeiros culpados, e não punidos, pela falta de leitura do povo, quando até povos antigos disponibilizavam verbas para construir bibliotecas por seus impérios.

A legislação eleitoral exige apenas que o candidato seja alfabetizado e não um leitor (exigência muito severa que iria deixar Legislativo e Executivo vazios). Quase ninguém cobra do seu candidato que seja um leitor, mas é severo em exigir que o povo, sem escolas, sem bibliotecas, sem dinheiro, leia.

A cobrança iria possivelmente evitar que aconteça de um prefeito ficar por demais constrangido, sem resposta, à pergunta sobre suas leituras preferidas quando se falasse de cultura. Ou evitaria que políticos passassem raspando, pela tangente, numa provinha para avaliação de seu grau de alfabetização.

Quando constrói escola, governo algum inclui no projeto estrutural o espaço da biblioteca, nem mesmo cogita da existência dela. Quando muito reserva uma sala, totalmente inadequada, para abrigar a “biblioteca”, um amontoado de livros sem qualquer relação com a faixa etária dos alunos e sua escolaridade, sem bibliotecária e sem motivação para a criança.

E quando faz biblioteca? Pensa em um depósito para livros, encaixota tudo em um amontoado de cimento, fala em modernidade da obra em 100 m² (às vezes, comparada às construções imperiais romanas), mas esquece do acervo. Bibliotecas ficam montadas com acervo não renovável e sequer espaço para receber novas obras.

São raros são os que destacam em seus programas um grande incentivo à leitura. Fazem uma festinha aqui, outra ali, no máximo, apesar das legislações estaduais obrigarem maiores ações. Nunca pensam em criar permanentemente Feiras do Livro ou Bienais. Não pensam, porque não lêem, em efetivas ações de incentivo à leitura que estão disponíveis e são de fácil implantação. Quer dizer, nem têm trabalho de pensar os governantes não leitores.

Mas preferem, em compensação, gastar fortunas com shows para felicidade geral daqueles a quem o mesmo governo não dispensa um centavo para projetos de leitura. Tudo com os votos e aplausos daqueles que exigem leitura do povo sem escola, sem biblioteca e sem dinheiro.

Fonte: http://www.marica. com.br/2008/ 3005leitores. htm

Published in: on junho 2, 2008 at 1:55 pm  Deixe um comentário  

TRADUZIR-SE

 Uma parte de mim
é todo mundo:
outra parte é ninguém:
fundo sem fundo.uma parte de mim
é multidão:
outra parte estranheza
e solidão.

Uma parte de mim
pesa, pondera:
outra parte
delira.

Uma parte de mim
é permanente:
outra parte
se sabe de repente.

Uma parte de mim
é só vertigem:
outra parte,
linguagem.

Traduzir-se uma parte
na outra parte
– que é uma questão
de vida ou morte –
será arte?

Ferreira Gullar

Published in: on maio 26, 2008 at 6:00 pm  Deixe um comentário  

Aprendendo a ler o mundo

Hoje é o primeiro dia em que eu me sinto realmente em férias. E já é janeiro. Passou a correria da entrega de notas , reuniões de conselhos de classe, recupoeração, fechamento dos diários de classe, seguida da outra correria, a preparação das festas de fim de ano: as compras, as visitas, a comida, o trânsito, o calor, a árvore a ser arrumada …Mas, hoje, finalmente em férias, posso começar a escrever outra vez.

Humm, estou sentindo um cheiro estranho. O que poderá ser? Nossa! Esqueci o feijão no fogo! Queimou. Lá se foi o meu almoço.

Tudo bem. Faço um sanduíche, mas começo a escrever este novo livro.

Ó ilusão! Agora ouço um barulho. Será a campainha? Sempre posso fingir que não há ninguém em casa. Mas não é a campainha. O barulho continua, sempre igual e nos mesmos intervalos de tempo. Ah! é o telefone. Já tocou umas dez vezes. Talvez seja algo importante. Será que aconteceu alguma coisa com as crianças e estão querendo me avisar? É melhor atender logo.

-Alô! Bom dia, mãe… O quê? Tenho de ir aí pra ver o que está acontecendo? (Suspiro.) Tá bom, mãe. Já estou indo…

Pois é, acho que vou deixar para escrever amanhã.

 

Pensando um pouco sobre esse texto que narra o meu dia de ontem, percebo que fui obrigada a interpretar, ou seja, a dar significado a uma série de acontecimentos que invadiram o meu dia e me levaram a abandonar, temporariamente, o projeto de escrever. Vamos destacar alguns.

Primeiro, foi o cheiro ao qual atribuí o significado “feijão queimado”. Em seguida, ao fato de o feijão ter queimado dei outro significado: a perda do almoço.

Segundo, foi o caso do som: associei-o inicialmente à campainha da porta. Percebendo que o som se repetia, sempre igual, e a intervalos regulares, tive a pista para chegar ao seu significado exato: era o telefone que estava tocando.

E assim fazemos o dia todo, a vida toda. A essa atividade de atribuir significados podemos dar o nome de leitura. A leitura, nesse sentido, passa a ser uma atividade bastante ampla: é efetuada toda vez que lemos um significado em algum acontecimento, alguma atitude, algum texto escrito, comportamento, quadro, mapa e até, por exemplo, nas gracinhas de um cachorro. A tudo isso podemos chamar de leitura do mundo. E, para que possamos fazer uma leitura adequada do mundo à nossa volta, é preciso saber observa-lo, recolhendo informações dos mais variados tipos.

Mas voltemos à história inicial. Ao sentir o cheiro, tive uma informação olfativa. Ao ver o feijão queimado grudado na panela, tive uma informação visual. Com relação ao telefone, tive uma informação auditiva. Ao ligar cada informação às minhas experiências anteriores, cheguei ao significado dos acontecimentos. Por exemplo, como já havia sentido antes o cheiro do feijão queimado, identifiquei-o mesmo antes de olhar a panela.

Desse modo precisamos estar atentos a tudo o que acontece a nossa volta e saber que todos os nossos sentidos estão constantemente nos fornecendo inúmeras informações a respeito do mundo. Basta que prestemos atenção a elas.

Neste ponto, podemos ampliar, também, o conceito de texto: em latim, texto significa “tecido” e é entendido como qualquer significado articulado através de uma linguagem determinada. Por exemplo, um quadro pode ser um texto, pois tem um significado articulado através da linguagem da pintura. Um filme, além do texto verbal dos diálogos, apresenta um texto visual, constituído pelas imagens que se sucedem na tela. O mesmo acontece com a televisão. Quantas vezes lemos, isto é, damos um significado às imagens que vemos na “telinha” mesmo que não estejamos ouvindo o som?

Precisamos lembrar, no entanto, que essa tarefa de leitura, de atribuição de significados, depende da vivência de cada leitor, porque é essa vivência que faz cada um de nós observar o mundo de uma forma diferente da dos outros. Toda leitura depende de nossas experiências, idade, sexo, país e época em que vivemos, classe social a que pertencemos, enfim, nossa história de vida.

Vamos considerar, por exemplo, apenas os objetos presentes em nossa vida diária, para poder entender melhor como o significado se modifica de acordo com a situação individual de cada leitor. Examinemos o caso do leite. Para as crianças que moram na cidade, o leite chega embalado, pasteurizado, pronto para o consumo imediato. Para as crianças da área rural, no entanto, o leite é associado à vaca que o produz, ao bezerro que dele se alimenta, ao trabalho de quem o tira, à presença de grande quantidade de nata, à necessidade de ser fervido para não azedar, e assim por diante. Esses diferentes significados atribuídos ao mesmo objeto – o leite – são fruto de experiências de vida diversas entre si.

Concluindo, todos nós, alfabetizados ou não, precisamos aprender a observar o mundo ao nosso redor, aprender a estar constantemente indagando: o que isto significa? O que isto quer dizer? É no momento que nos colocamos essas questões que aprendemos a ler.


Aranha, Maria Lúcia de Arruda. Temas de filosofia. 2ª ed. rev. Moderna. São Paulo, 1998.

Published in: on abril 15, 2008 at 1:31 am  Deixe um comentário  

ORAÇÃO DA SERENIDADE

 

“Concedei-nos Senhor a serenidade necessária para aceitar as coisas que não podemos modificar, coragem para modificar aquelas que podemos e sabedoria para distinguir uma das outras”.

Published in: on abril 15, 2008 at 1:31 am  Deixe um comentário  

A última vontade do rei Hibban

 

Mas qual seria? Que deveria ele dizer aos seus súditos mocalenses no derradeiro momento de sua vida? Um conselho? Uma imprecação? Um pensamento famoso? Na dúvida – e como não lhe ocorresse uma idéia aproveitável – mandou o rei Hibban chamar o seu talentoso secretário Salim Sady, homem de sua inteira confiança, e contou-lhe, pedindo-lhe absoluto segredo, o grande desejo de sua  vaidade doentia: – queria honrar a morte com uma frase que ficasse célebre, que se tornasse conhecida e repetida pelo mundo inteiro!

Depois de meditar algum tempo, o digno secretário respondeu:

– Conheço, ó rei dos reis!, um verso de Mazuk,  o célebre poeta curdo, que é magistral! Se vossa majestade pronunciar esse verso em dialeto curdo, fará uma coisa original, nunca vista. Nem o invencível Alexandre, nem os Césares famosos tiveram essa idéia! Ademais, o verso a que me refiro exprime um desejo nobre, um pensamento genial, digno de um verdadeiro rei.

– É bela e grandiosa a tua lembrança – concordou o rei. – É exatamente um verso emocional que mais me agrada e que melhor poderá servir ao rei de Mocala. Mas qual é, afinal, o verso do grande Mazuk? Quero decorá-lo.

É o inteligente Salim Sady, honrado a confiança do rei, ensinou ao bom monarca o verso magistral de Mazuk, o maior dos poetas do Afeganistão.

“Naib aq vast y harde nostedy katib”, cuja tradução ( declarou Sady) deveria ser, mais ou menos, a seguinte: “Esqueçam os meus erros, pois só errei com  a intenção de acertar”.

Guardou o rei Hibban de memória o verso, repetindo-o mentalmente várias vezes. E um dia, sentindo-se muito doente, mandou chamar seus conselheiros, vizires, cádis e todos os grandes dignitários do reino, e disse-lhes que ia pronunciar suas últimas palavra e exprimir sua última vontade.

Erguendo-se no leito, trêmulo, macilento, exclamou bem alto, devagar e solene, para que todos pudessem ouvir: “Naib aq vast y harde nostedy katib”.

E tão violenta foi a comoção daquele momento, que o vaidoso rei, ferido por uma síncope, morreu.

Aquela cena, de tão inesperado desfecho, impressionou profundamente a todos os presentes.

– Mas o que teria dito o rei Hibban? – perguntaram uns aos outros os cortesãos, pois ninguém no palácio conhecia o complicado dialeto curdo.

Dez escribas haviam registrado, palavra por palavra, a última frase do rei. A tradução feita, pouco depois, pelos doutores mais ilustres de Mocala caiu como uma bomba no meio da nobreza e repercutiu com estrondo pelos salões repleto de mulçumanos.

Que teria dito o rei de Mocala ao morrer?

A extraordinária verdade foi logo conhecida no país […] e puderam todos verificar, com assombro, que o poderoso rei Hibban, senhor de Mocala, havia dito, apenas o seguinte:

– Dê tudo o que eu tenho para o meu bom secretário!

  

Malba Tahan. Maktub (estava escrito). Rio de Janeiro, Conquista, 1959.

 

 

 

Alguns soberanos pronunciaram frases célebres antes de morrer. Vejam…

Tito Flávio Verpasiano dominou o mundo durante dez anos. Quando percebeu que ia morrer, ergueu-se do leito e disse: “Um imperador deve morrer de pé!”.

Júlio César, o poderoso imperador romano, ao sentir-se apunhalado por seu filho adotivo, exclamou: “Até tu, Brutos, meu filho!”.

Nero – também imperador romano -, assassino e incendiário, pouco antes de suicidar-se, lastimando sua própria morte, disse: “Que artista o mundo vai perder!”.

Published in: on abril 15, 2008 at 1:30 am  Deixe um comentário  

LIVROS

 

O primeiro livro que li chama-se: “A cor da ternura”, sua autora é Geni Guimarães.

Tive a oportunidade de lê-lo na segunda série. O livro trata das mudanças que vão ocorrendo com uma menina, Cecília. Desde quando é pequena e ainda mama no seio de sua mãe até quando termina os estudos e forma-se professora.

 

 Um livro que adoro e que tive oportunidade de ler na adolescência é “O Pequeno Príncipe”. Livro bastante introspectivo. Pena que não tive a oportunidade de assistir a peça com a Luana Piovanni interpretando o pequeno príncipe, quando estava em cartaz aqui em Fortaleza.

 

Published in: on abril 15, 2008 at 1:29 am  Deixe um comentário